Nesta semana um amigo disse que não me reconhecia nos textos do meu blog. “Parece um livro. Um livro triste... eu sinto você muito longe quando leio seus posts”. Isto me intrigou de tal forma que li e reli várias vezes o e-mail que ele me mandou. Uma análise daquelas bem Aroeiras. De fazer você desconstruir tudo pra ver se chega debaixo da terra.
Tem várias formas de reflexo esse meu rio. Tem gente que vê colo, tem gente que vê tristeza, tem gente que se lê, tem gente que até deixa escapar um sorriso, mas de fato, não tem gente que vê felicidade. Não que eu saiba...
Passeando pelas últimas linhas da minha estória eu percebo de quanta inquietude eu sou feita. Algo bem Clarice mesmo. Eternamente incompleta. E incompreendida além desta eternidade. Não porque eu esteja num nível diferente dos outros. Eu consigo dividir certas partes minhas com pessoas diferentes, mas nunca consegui trocar um mundo inteiro. Sobram petálas, folhas secas, sementes nas mãos.
Quem me vê passar pensa que parei naquela gargalhada. Mas sei que me afogo de verdade é no drama. Foram raras as vezes que aluguei filmes de comédia. Eu busco o drama, o procuro em todas as coisas, até nas mais alegres. Talvez por isso quem me viu apenas em festas não me reconheça nas palavras...
Aqui não falo só de mim. Escrevo sobre pessoas que vivem a me despedaçar e carregar pedaços meus. Então me escrevo através delas também. Por isso pode parecer distância essa minha proximidade escondida entre letras...
sexta-feira, 18 de julho de 2008
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o inverno traz em si a vontade de ser verão, quando a gente se esconde debaixo do cobertor em plena madrugada embrigada de lua cheia.
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