terça-feira, 1 de julho de 2008

de passagem

A mulher com asas nas costas chegou correndo e deu um abraço na amiga. O abraço era forte, mas as mãos não se encontravam nas costas. Faltava cobrir uma parte do corpo. Talvez pudesse ser suave, pra durar mais. De forma que a amiga nem percebesse a ausência dos braços. Mas cada um respira num ritmo. E a mulher não parava de respirar. Por isso se cansava tanto de si mesma e dos outros. Se fechava no quarto como se pudesse construir muros maiores que o homem. Acontece que entre quatro paredes costuma ter alguma janela e a noite os olhos aparecem mais. E mesmo sem querer a mulher era obrigada a parar pra olhar.

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